sábado, 31 de dezembro de 2016

tudo o que li em 2016

foram 23 livros em 2016, menos do que eu queria, mas com umas estatísticas que me agradaram: li mais mulheres (55%), mais não ficção (17%) e brasileiros (61%). em negrito, as melhores leituras.


  • Cem ideias que deram em nada, Antonia Pellegrino
  • Uma história meio que engraçada, Ned Vizzini
  • O diário de Carson Phillips, Chris Colfer
  • A arte de ser normal, Lisa Williamson
  • Quarto, Emma Donoghue
  • Não sou uma dessas, Lena Dunham
  • Manual de sobrevivência em São Paulo, Raquel Oguri
  • Na estrada Jellicoe, Melina Marchetta
  • Tá todo mundo mal, Jout Jout
  • The memory book, Lara Avery
  • O que é que ele tem, Olivia Byington
  • Pé do ouvido, Alice Sant'Anna
  • Lua de vinil, Oscar Pilagallo
  • Farewell, Carlos Drummond de Andrade
  • O amor dos homens avulsos, Victor Heringer
  • Boa noite, Pam Gonçalves
  • Enclausurado, Ian McEwan
  • Parque industrial, Patrícia Galvão
  • Se um viajante numa noite de inverno, Italo Calvino
  • Ocupa, Dimitri BR
  • Cada coisa, Eucanaã Ferraz
  • A espiã, Paulo Coelho
  • O livro é um poema, vários autores

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016


com quantas palavras se escreve
                                                poesia

sábado, 20 de agosto de 2016

escrito não-escrito

...daquele menino de olhar manso, versos fortes e com o corpo menino que tá aqui, com vontade de estar lá (longe).
Foi o que ele disse. Eu geralmente não sei me descrever. Quando perguntam sobre mim é sempre uma confusão. O que falar? Eu não tenho uma resposta. Daí ele disse - escreveu - essas palavras e eu senti como se estivesse certo, essa poderia ser a minha resposta. Se isso aqui é um depósito, é aqui que vou guardar. 

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

a nova dutra

a câmera do celular não registra
o que eu consigo ver
é bonita, a estrada da noite
mesmo que mude o lado
a visão não é a mesma

encoste a cabeça na janela
deixe ela tremer
e veja bem aquelas gotas de luz
elas, quantas são?

se lembre deles,
dele

da parede de pedra
do galho retorcido
do radar solitário
do carro lento
dela que dorme

não deixe que fechem
a cortina
é mais escura que a noite
veja, veja
porque a câmera, ela não vê

***

(do rio a são paulo, 31/07)
(de cara pro vidro frontal de um ônibus de dois andares, queria fotografar a beleza do que eu estava vendo, mas acabei tendo que tentar - tentar - transmitir com palavras.)

terça-feira, 14 de junho de 2016

caderno de leituras: O que é que ele tem

eu tenho um sério problema de esquecer o conteúdo de livros que li, e os que não resenho ou não escrevo textos-pra-mim-mesmo acabam ficando no limbo da minha memória. daí surgiu a ideia de ir registrando tudo nesse blog ~que está sempre suuuper atualizado~. não espere resenhas ou análises de verdade. são comentários despretensiosos das minhas leituras, e só.

***

O que é que ele tem, de Olivia Byington. 184 p. Objetiva, 2016.

Quem queria ler mesmo é a minha avó. Ela ama qualquer coisa que explore a vida privada desses famosos de mais de quarenta anos e resolvi presenteá-la assim que lançasse. Foi aí que surgiu a ideia de eu ler antes para termos um novo tópico de conversas, nesses tempos de cada vez menos coisas para contar já que a minha vida real não é a mesma vida que minha avó conhece.

Um plano excelente, no fim. Não é o melhor livro do mundo - embora bem trabalhado -, mas eu gosto muito quando relatos não-ficcionais me deixam alguns dias imerso num universo temático que eu dificilmente alcançaria por outros meios. Com O que é que ele tem, passei a pensar muito sobre paternidade de uma forma geral, mas especialmente sobre dar luz e criar uma criança diferente.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

poema-resposta

nos seis meses que passaram
ninguém nasceu
mas muitos morreram

a busca pelo (meu) lugar da poesia continua
encontro na cidade
uma outra cidade

é como ele disse
são paulo é o texto que eu escreveria

a voz que dita poesia mudou
a mão que masturba não escreve
ainda não li Navio Negreiro
agora o feijão é carioca

meu namorado não é cineasta
meu namorado não é meu namorado
meu namorado não

e
dos poemas que escrevi
talvez
eu
não
seja
(o)
escritor

***

o guilherme pediu que eu escrevesse um texto sobre o livro-poema que produzi na Ato Zero ano passado. a vida aconteceu, o texto não saiu. até que acordei, hoje, dia do evento em que ele seria apresentado, e escapuliu um poema. taí.

terça-feira, 12 de abril de 2016

tô na moda, tenho uma newsletter

pois é, resolvi criar uma newslettinha.

não que eu tenha ALGO a dizer, mas tava querendo fazer alguma coisa, o formato me agrada, as migas da Pólen me convenceram e... saiu.

se inscreve aí, por favor. :)





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terça-feira, 29 de março de 2016

só pra dizer que fiz

é raso
é insípido
como qualquer outro
não tem nada de novo
só tem metáfora atrás de metáfora
(até porque quem não sabe fazer uma metáfora)

disfarçando com frases bonitas e bem pontuadas
cuspi um vômito amargo, amarelo
eu não sei por que faço
essa forma esquisita
só pra dizer
que fiz



segunda-feira, 7 de março de 2016

dear--


eis que apareceu uma daquelas tags que rolam no twitter e eu resolvi trazer para cá. em parte porque eu não tenho conseguido escrever mais nada, em parte porque eu achei que seria legal registrar para posterioridade.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

self image 2016

[self image: one’s concept of oneself]¹

a chave das coisas, ou ao menos a minha chave das coisas, é o deslocamento. 

aprendi isso quando saí de um colégio particular pequeno e entrei num colégio público ~de qualidade~ gigante, cinco anos atrás, e tive a certeza quando mudar de estado para fazer faculdade me pareceu a única opção correta.

***

o ano em que eu cheguei aos dezoito foi o ano mais difícil e maravilhoso para mim. eu passei por várias reedições e reimpressões para chegar até aqui, ao paulo que escreve esse texto. eu não sou a edição definitiva de mim mesmo - alguém é? -, mas eu sei que sou uma edição que existe. 

a cada dia que passa, eu sinto que eu existo mais e o mundo parece menos plástico. a realidade tem se tornado real.


segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

queluz dez e quarenta e cinco

(ou: a rodoviária cheira a verão)


a criança que mama olha nos meus olhos
o velho ao lado não consegue se sintonizar
   à estrada
o menino da frente dorme sem pôr os pés no chão

get lost, get lost, get lost

as nuvens daqui não estão no céu
elas são grandes massas
pairando
paralelas ao chão

consigo me ver com oito anos
arroz frango batata
o amarelado da comida é o mesmo do meu sorriso

acho que te vi também

a fantasia é tudo o que me resta


[escrito do rio a são paulo, de são paulo ao rio]

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

o nadador

parte da capa do "a praia", álbum do cícero

[um texto escrito apenas para organizar o que se passa na minha cabeça, daí a estrutura provavelmente esquisita]


Se fazer uma escolha banal - tipo, sei lá, qual é o próximo livro que eu vou ler - já é difícil para mim, imagina decidir algo mais complicado, como em qual universidade eu vou estudar nos próximos anos. 

O curso, pelo menos, já está escolhido: é Letras. A escolha mais óbvia seria ir para UFRJ mesmo. Federal, bem conceituada, atende melhor às minhas expectativas que a UERJ. Era só isso que eu tinha na cabeça, finalmente algo definitivo depois de tantas dúvidas sobre o futuro… quer dizer, “definitivo”.

Do nada, surgiu a oportunidade de estudar Letras na USP. Sim, lá em São Paulo. Depois de conhecer melhor a estrutura do curso, conversar com pessoas de lá e pesar todos os aspectos negativos da mudança, essa passou ser a escolha mais óbvia. Afinal, atende ainda mais o que eu quero para o futuro, minha mãe aceitou (depois de algum esforço, claro) e, apertando um pouco e fazendo uns malabarismos, mudar de estado é possível.

Mas, como eu já disse, escolher é difícil